sábado, 5 de abril de 2008

POR QUAL RAZÃO KARDEC SE DIZ CRISTÃO?

Autor: Fabiano Armellini
Fonte: www.montfort.org.br


Nome: Pedro Cláudio
Enviada em: 24/09/2005
Local: São Paulo - SP, Brasil
Religião: Católica
Idade: 18 anos
Escolaridade: 2.o grau concluído


Prezados amigos da Montfort,

Li o material publicado em seu site contra o espiritismo e ficou-me uma dúvida: se o Kardec e o espiritismo são tão contra a doutrina ensinada por Cristo na Bíblia, aprovando a necromancia e a reencarnação, chegando até ao ponto de defender teses racistas, por que o Kardec se diz cristão? Por que ele finge ser algo que não é?

Agradeço a atenção!

Pedro Cláudio.


RESPOSTA


Prezado Pedro,
salve Maria.

O Kardec e o espiritismo codificado por ele assume uma roupagem cristã, a fim de mais facilmente cativar e atrair os cristãos (especialmente os católicos) para a doutrina espírita. Tendo nascido num país de tradição católica, a França, é natural que o espiritismo kardecista quisesse assumir este disfarce, para angariar adeptos para o seu culto sectário.

Como prova desta minha afirmação, eu poderia mostrar a forma de atuação dos centros espíritas no Brasil, que adotam nomes muitas vezes católicos, chegando alguns até a adotar santos padroeiros.

Onde se rezam Ave-Marias! Onde se defende que é possível continuar assistindo à missa na sua paróquia, sendo católico, e freqüentar um centro espírita, e que não há problema algum nisso, enquanto contaminam as mentes destes católicos com princípios kardecistas.

Para provar que Kardec não é cristão, eu poderia mostrar textos seus ridicularizando o inferno, que a Sagrada Escritura inúmera vezes afirma existir. Poderia mostrar como Kardec se compraz em mostrar o que ele considera absurdo ou contraditório na Bíblia, como a existência de Adão, que ele rejeita como mito.

Para provar que o espiritismo não é cristão, poderia citar o órgão oficial da Federação Espírita Brasileira, o Reformador, de janeiro de 1953, p.23, afirmando com relação às Sagradas Escrituras:

"Do Antigo Testamento, já nos é recomendado somente o Decálogo, e do Novo Testamento, apenas a moral de Jesus; já consideramos de valor secundário ou revogado e sem valor algum mais de 90% do texto da Bíblia" (o negrito é meu).

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Mas, muito mais eficiente do que isso, acredito ser muito mais simples citarmos o que Kardec diz a respeito da forma que ele defende ser a correta para propagar a doutrina espírita:

"Com que fim Espíritos sérios, junto de certas pessoas, parecem aceitar idéias e preconceitos que combatem junto de outras?

Cumpre nos façamos compreensíveis. Se alguém tem uma convicção bem firmada sobre uma doutrina, ainda que falsa, necessário é lhe tiremos essa convicção, mas pouco a pouco.

Por isso é que muitas vezes nos servimos de seus termos e aparentamos abundar nas suas idéias: é para que não fique de súbito ofuscado e não deixe de se instruir conosco.

Aliás, não é de bom aviso atacar bruscamente os preconceitos. Esse é o melhor meio de não se ser ouvido. Por essa razão é que os Espíritos muitas vezes falam no sentido da opinião dos que os ouvem: é para os trazer pouco a pouco à verdade.

Apropriam sua linguagem às pessoas, como tu mesmo farás, se fores um orador mais ou menos hábil. Daí o não falarem a um chinês, ou a um maometano, como falarão a um francês, ou a um cristão. E que têm a certeza de que seriam repelidos." (Allan Kardec, Livro dos Médiuns, FEB, 62a. edição, 2a. parte, Cap. XXVII no.301 pp.399-400. Os destaques são meus.)

Note que neste livro, o Livro dos Médiuns, que é um livro destinado a pessoas já iniciadas no espiritismo, Kardec fala mais claramente sua estratégia de "apostolado": enganar as pessoas, inclusive fingindo aceitar idéias que eles não aceitam, para que as pessoas não deixem de se instruir com os espíritas!!

Seria preciso dizer mais algo?

Para concluir, sobre a "moral de Jesus" do Novo Testamento contida no livro "Evangelho segundo o Espiritismo", o livro mais difundido do Kardec, especialmente entre católicos, vejamos o que Kardec diz a respeito:

"As partes correspondentes àquelas que tratamos no "Evangelho Segundo o Espiritismo" (...), como nós nos limitamos às máximas morais que, com raras exceções, são geralmente claras, e não podem ser interpretadas de maneira diversa; e também não foram jamais sujeito de controvérsias religiosas.

É por esta razão que nós começamos por aí, a fim de sermos aceitados sem contestação, aguardando de resto que a opinião geral se encontre mais familiarizada com a idéia espírita." (Allan Kardec, "Notices bibliographiques - LES ÉVANGILES EXPLIQUÉS" apud: Revue Spirite, Junho de 1866)

Em outras palavras: Kardec confessa aí ter escrito um livro sobre os Evangelhos, onde ele buscou tratar apenas das máximas do evangelho que não têm contestação, isto é, apenas dos assuntos que não são polêmicos, para com isso parecer cristão e ganhar a opinião pública.

Estas palavras, além de escandalosas, são falsas: pois mesmo tratando apenas de máximas incontestáveis, o livro transborda de heresias e gagueiras.

Muito sincero este Kardec, não lhe parece? Com base em tudo isso, entendeu você agora por quê Kardec finge ser cristão?

In Iesu et Maria,
Fabiano Armellini.

Um comentário:

Unknown disse...

É, ser cristão pra vocês deve ser queimar pessoas vivas em fogueiras, extorquir dinheiro, vender e adorar imagens de todos os tipos. Isso sem contar em ter sacerdotes pedófilos e inescrupulosos. Quanta "fraternidade" e exemplo cristão hein, parabéns. Além disso, veja quantos bens possuem a dita "Santa Sé", de onde tiraram tudo isso?, da Bíblia que não foi.